quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Partidas

Ao olhar para este ecran das partidas no aeroporto de Cracóvia, lá se consegue perceber quais os destinos dos Cracovianos. Gdansk e Varsóvia os aeroportos internos mais usados. Viena para ir assisitir a uns concertos, Praga para levar a patroa a jantar, e Frankfurt como plataforma para outras bandas.
E destinos de emigras temos Londres e Chicago, só faltando Dublin. Esta é a triade de destinos para onde os polacos desertam para ganhar mais uns trocos (muitos mais). Chicago é mesmo a maior cidade polaca. Maior mesmo que Varsóvia, pois só perto do Michigan vivem 2 milhões de polacos. É obra. Este êxodo para o estrangeiro parece ainda longe de estancar, e em alguns sectores (p.ex. construção ou agricultura) há mesmo falta de mão-de-obra. O que vale é que os polacos casam cedo e são danados para fazer filhos, como o prova a história.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Biedronka

Se se olhar com atenção para esta foto, consegue-se ver uma loja da Biedronka (www.biedronka.pl). Para quem não saiba, esta cadeia de lojas de hard-discount pertence ao Grupo Jerónimo Martins, e de acordo com dados de 2005, era só o maior retalhista na Polónia, com uma quota de mercado de uns (não) impressionantes 2,83% (já deu para perceber então o quão fragmentado é ainda este mercado na Polónia). Mais sabendo que estão presentes na Polónia grupos como o Tesco, Carrefour ou o Auchan. Mas quando questionados se sabem que a Biedronka é portuguesa, quase todos os polacos ignoram isso. O mesmo não acontece em relação à razoável publicidade negativa que esta empresa tem na Polónia, fruto de alguns problemas laborais. Sem ter muito conhecimento de causa, e indo para o campo das teorias da conspiração, apostava que há ajudinha francesa e alemã nesta publicidade negativa. Já agora, no top 10 em termos de quotas de mercado em 2005 consta outra empresa gerida por portugueses (www.eurocash.com.pl), que como o nome deixa entender é um cash&carry. Nada mau.
Mas voltando à Biedronka, julgo que esta foto que tirei em Poznań é reveladora do seu habitat preferido: subúrbio, sem muitas lojas à volta e com prédios, muitos prédios em redor. Em termos de metros quadrados, e para usar uma referência conhecida em Portugal, é equivalente ao Lidl, se bem que acho que em termos de organização de loja seja melhor que este. Os preços, como já referi, são para arrasar e até o slogan: "Codziennie niskie ceny" é familiar se for traduzido para o "Preços baixos todos os dias". Produtos portugueses, bem isso não se vê muito. Umas pêras-rocha, acho que também umas cerejas e acho que deve ser quase tudo tuga que entra nesta loja. Felizmente para mim não moro num subúrbio, senão era certinho que iria a uma Biedronka.
Fonte de dados: PMR report "Grocery retail in Poland 2006"

domingo, fevereiro 25, 2007

Shanties

Por sugestão desta miss (www.portugalka.blogspot.com) e com confirmação polaca, decidi ir assistir a um festival - Shanties - de que o que sabia resumia-se a : canções de marinheiros. A explicação mais detalhada está em http://www.shanties.pl/pl/index.php?id=1044&m=1044.
O primeiro impacto não podia ter sido melhor. O sítio era excelente, uma sala grande de espectáculos transformada em café, com bancas a vender CD's e roupa (t-shirts às riscas horizontais eram rainhas), e indíviduos a circular trajando como piratas.
Quanto ao espectáculo em si, decorreu num anfiteatro de dimensões pequenas, mas a atmosfera era bem alegre, sendo o público composto quer por rapaziada e polacas da minha idade, assim como pessoas de meia idade. Os artistas eram bons artistas, as músicas variaram entre as bastante alegres e as mais melancólicas, havendo ainda algumas leituras de textos cujas palavras divertiram bastante todo o público (ou pelo menos aqueles que sabiam polaco). 2 horas de entertenimento puro, e que valeu bem bilhete de euro 7.5.
Notas: lugares marcados não havia; algumas pessoas, eu incluido, viram em pé nas laterais da sala; havia transmissão para a sala onde eu vi o primeiro pirata da noite; e obviamente a porta esteve sempre aberta permitindo uma liberdade total durante o espectáculo, para entre outra coisas ir buscar a jola.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

# 100

Como este é o post número 100, porventura não será má ideia fazer um balanço disto. Aquando da ideia de começar um blog, tomei a decisão de não ser algo do tipo "hoje estou muito contente, porque estou feliz e comi uns pierogis deliciosos ao almoço com Fuluna e Beltrano". Acho que até agora tenho conseguido isso. Quis pois fazer, e na medida das minhas parcas capacidades de escrita, algo que enunciasse basicamente curiosidades sobre a Polónia para alguns dos meus amigos lerem, ao invés de ir escrevendo e-mails.
Com o passar do tempo e uma vez que não só os meus amigos iam lendo estas páginas, decidi tentar aumentar um pouco o nível, abordando tópicos como história da Polónia, livros sobre a Polónia ou de autores polacos, investimento português na Polónia. Falei de Copérnico, de Marie Curie, do Chopin. Ok, falta um Adam Mickiewicz ou um Henryk Sienkiewicz, mas lá chegarei.
Mas acho que por mais que me esforce, vou ter de carregar a sina de poder ter pessoas a ler o meu blog se fizerem as seguintes pesquisas no google: "gajas polacas", "sapatos polónia" ou um doentio "celine dion polonia".

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Apteka

Por razões que não interessam, já tive a oportunidade de recorrer à farmácia. Basicamente as regras são as mesmas que em Portugal, mas a receita do médico tinha um código de barras, e que de facto foi usado quando fui lá comprar os medicamentos.
Já agora, reparo que na cidade onde estou se vê mais farmácias do que em Portugal. Além disso, em muitos supermercados e hipermercados, junto às pastilhas, rebuçados e pilhas, lá estão as aspirinas, antigripines, paracetamols e afins.
Ps: FYI, se alguma vez precisarem de comprar Tantum na Polónia, não inventem. Basta dizer: "Prosze Tantum Verde". Nada de Tantum green, ou Tantum zielony, por exemplo.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Vida de cão~polaco

À semelhança de Portugal, também por aqui há a mania de ter o cãozinho. Mas felizmente para mim, e pela primeira vez (tive de emigrar), consigo adormercer sem ouvir latidos. Tal como em Portugal há os chamados cães a pilhas, cães normais e cães bem grandes (cujos donos são quase sempre pessoas com algum complexo).
Presentes nas ruas também se encontram, mas pelo menos em Cracóvia ainda não vi nenhum desgraçado a andar de mota para limpar isso (como se vê em Lisboa). Mesmo com um frio do camandro, é possível ver bananas à meia-noite a passearem na rua o cãozinho da mulher/namorada, o que é exactamente o mesmo que acontece em Portugal.
Única diferença, é o facto da maior parte dos animais andar nas ruas e/ou transportes públicos com açaime, o que não é exactamente o caso em Portugal.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Folclore

Comentários para quê. O folclore tem destas coisas.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Canções do povo II

Sto Lat
Sto lat, sto lat, niech zyje zyje nam.
Sto lat, sto lat, niech zyje zyje nam.
Jeszcze raz, jeszcze raz, niech zyje, zyje nam.
Niech zyje nam!

Esta é a canção de parabens que se canta na Polónia. E dá para perceber que não é o "parabens a você". Vou-me permitir a uma tradução livre. Basicamente o que diz é: "100 anos, 100 anos, boa sorte e felicidades. 100 anos, 100 anos, boa sorte e felicidades. Mais uma vez, mais uma vez, boa sorte e felicidades. boa sorte e felicidaaaaades".
É simples e original, mas o que gosto mais é da ambição. Partilho deste desejo, pois se não chegar aos 100 anos ficarei aborrecido.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

História da Polónia às três pancadas - II

Uma das tribos eslavas que se fixaram em redor da actual Poznań, tinha por nome Polanie. Isto queria dizer "povo dos campos abertos". E foi a partir desta tribo que se iniciou o desenvolvimento da Polónia. Mais exactamente em 965 D.C., o principe da altura (chamava-se Mieszko I da dinastia dos Piast) teve uma ideia bestial. Não só casou com uma princesa checa, o que já de si seria positivo, como o fez após o baptismo católico. Queria ver se punha sob a alçada da religião católica. E antes de quinar, já tinha conseguido uma união entre as tribos da vizinhança mais a sul (em redor de Cracóvia).
O seu filho, o Bolesław também não fez triste figura. Aliás, o seu cognome (O bravo) só pode significar que o tipo fez coisas bonitas pela Polónia (e provavelmente feias para os desgraçados que tiveram o azar de o encontrar como adversário). Danado para andar à porrada, foi com a sua rapaziada até por exemplo Praga ou Kiev, tendo em vista uma ambiciosa expansão territorial. Deve-se a este senhor o facto de ter sido possível convencer a malta no Vaticano para ter uma coroa real, o que convenhamos é sempre algo que dava sempre jeito a qualquer rei com ambições de ser respeitado na europa desta altura, nomeadamente relativamente aos alemães. E lá se conseguiu mais território com estas mudanças.
Em 1025, com um reino estabelecido, com coroa e tudo e tudo, surgiu um reino chamado Polónia.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O tempo que faz

Já tinha descoberto há algum tempo que os polacos parecem ter fortes ligações com os ingleses, nomeadamente e mormente no que se refere à capacidade de falar sobre o estado do tempo. Então não é que desde Outubro volta na volta, lá está um cidadão polaco a falar-me do tempo. E se em Outubro ou Novembro e mesmo Dezembro o tópico era sempre algo do género: "epá, ainda não está bem frio, mas para a semana (eheh) vai começar o inverno polaco. E o ano passado fizeram aqui -30ºC. Foi muito mau! Tens de te preparar bem, não estás habituado como nós."
Estamos já em meados de Fevereiro e após somente dois ou três dias de nevões à séria, mínimas que nunca baixaram duns amenos -12ºC. E o que ouço agora é: "Tu este ano tiveste muita sorte. Este de facto não é um Inverno típico e têm estado uns dias agradáveis." Sinceramente detecto tristeza nessas palavras, pois acho que existe um desejo sádico de verem um latino a bater o dente com o frio polaco. Afinal não são só os portugueses que são uns eternos pessimistas. Pelo menos no que se refere ao tempo, na Polónia as pessoas também nunca estão contentes.
Temperatura à hora da escrita deste post: 4ºC

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Voar até que nem sai caro

Quando vi este anúncio a semana passada fiquei contente pelo bom negócio que fiz. Isto porque em Outubro, estes preços estavam bem mais baixos. Aliás, cada viagem podia custar (€ -1 + taxas). Agora pelos vistos os preços dispararam. Para quem não saiba, 29 zl são mais ou menos € 7,5. Gatunos!
Já agora: a) Amsterdam não comprei; b) Bruksela só paguei taxas e já lá fui. Paguei quase outro tanto para ir de comboio até Amsterdam; c) Paryz acabei de usufruir, pagando também só taxas; Rzym ou Roma também foi comprada, mas ainda faltam algumas semanas para a usar, pagando claro está só taxas. Aliás, ficou-me mais caro o comboio para Praga do que qualquer uma destas viagens. É o que dá estar no centro da Europa. Isso, e o facto de um aeroporto Regional se calhar até consegue atrair mais low-costs do que o principal aeroporto Nacional português. Fantástico e triste ao mesmo tempo para Portugal.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vis a vis

Não é bem um vis a vis, mas está quase lá. Que belo par de jarras.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Caves

Em Portugal, a maneira mais fácil de encontrar uma discoteca passa por tentar encontrar o sítio com mais luz, e som a bombar a 2km de distância. Pelo menos em Cracóvia, as coisas são um pouco diferentes. Para conseguir descobrir uma discoteca, é necessário olhar para o chão. Olhar não, mas ouvir o som que vem debaixo, quase da sarjeta. Isto porque nesta cidade os clubes são todas em caves. Bem, quase todos.
Aliás, quando confrontado com a possibilidade de no mesmo edifício escolher entre uma cave com música demasiado alta, pouca luz, muita gente e hip-hop misturado com techno, ou um primeiro andar com decoração moderna,luz e house music com o nível de som ideal, a escolha parecia óbvia para mim. Todavia, tive de ir para a cave, pois era onde estavam as pessoas todas, pois o outro sítio estava ao mosquedo (mesmo). Gostos.
Já agora, restaurantes e bares em caves também é o que há mais por aqui. Outra coisa gira é também haver um centro comercial em que o supermercado é no último andar. Parece que a ordem "normal" das coisas aqui não foi propriamente seguida.

sábado, fevereiro 03, 2007

História da Polónia às três pancadas - I

Com o mesmo nível de conhecimento de história da Europa de um estudante médio americano, e com igual nível de imaginação do Hermano Saraiva, aqui vão algumas notas soltas sobre a história da Polónia.
Dada a localização geográfica da Polónia, as tribos que por lá passaram até à 1000 anos eram da mais variada origem, e ainda grassa por aqui uma grande incerteza em relação a quem viveu por estas bandas e qual a sua exacta influência cultural. É o que dá estar para ali encalacrado no meio da Europa. Para o bem ou para o mal, em Portugal não tivemos esses problemas. Sempre que alguém lá andou a meter o bedelho fê-lo de forma mais ou menos propositada, não sendo o meu país um ponto que poderia servir de passagem.
Ainda por cima, esta região é caracterizada por vastas planícies, logo se uma pessoa se imaginar um nómada da Ásia ou do Médio Oriente que queria conhecer outras terras mais para Oeste, entre atravessar Cárpatos, Tatras ou outras montanhas ou atravessar planícies, não é dificil imaginar porque é que esta região foi um regabofe de emigrantes.
Mas lá para meados do século VIII, tribos de origem eslava lá se decidiram a manter-se de forma mais permanente, assim que a modos que assentar arraiais. Até porque os romanos não andaram para aqui a viver. Talvez na altura fosse demasiado complicado construir aquedutos numa zona com tanto frio e neve, por exemplo.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Pão

Algo bem característico das ruas polacas são estes carrinhos, com umas coisas redondas à venda, que eu designo como pão. E isto, é um negócio bem específico, pois por exemplo, esta senhora só vende um único tipo de bem: pão, redondo com um buraco no meio (tipo argola), com umas sementes no topo. O preço é barato (menos de € 0,25) e o pessoal gosta.
Ainda no tópico de pão, verdade seja dita que os polacos gostam e sabem fazer pão. Indo a um supermercado grande, é possivel apreciar uma diversidade apreciável de variedades, com especial enfoque para as sementes que gostam de colocar dentro e/ou no topo. Mas, e há que dizê-lo com frontalidade, ainda não encontrei pão que chegue aos calcanhares de uma boa caralhota acabada de sair do forno. Para os iletrados, aqui vai o link explicativo para que não fiquem preocupados com esta palavra: http://www.ribatejodigital.pt/ribatejodigital/PT/ConhecaRibatejo/CostumesTradicoes/pao.htm